PAULISTANAS – HOMOEROTICAS

Box com dois volumes que dialogam objetivamente, o que justifica o lançamento conjunto. Em ‘Homoeróticas’, o corpo amado é sugerido como um ponto de partida que refaz toda a cartografia íntima do ser cognoscente, em uma operação de autoconhecimento que se propaga para todas as esferas de suas relações. Assim, as entranhas e reentrâncias deste corpo, que além de amado passa a ser também amante, estabelecem um duplo apontamento de funcionalidade – veículo de prazer e de cosmovisão do poeta. Já em ‘Paulistanas’, o registro cosmopolita de várias cidades irrompe de um centro gravitacional determinado – a infância e a juventude em São Paulo, revisitada e redimensionada pelo olhar maduro e nômade – e sempre atualizado – de um sujeito poético atônito e inquisidor diante das possibilidades das grandes cidades. Há uma variedade de abordagens – desde a possibilidade apocalíptica de uma cidade batráquia até um poema de circunstância derivado de um roteiro pedestre pelas ruas do centro alto de São Paulo. Não é demais recordar que Horácio Costa voltou a viver em sua cidade natal depois de vinte anos passados no exterior.