OBSCENO AMOR

Num bordel onde o amor é proibido (e ridicularizado, considerado loucura, doença), uma jovem prostituta, Josélia, se apaixona por um cliente, o Marinheiro. Ao ser descoberta, após um interrogatório, ela é severamente punida nas rígidas normas do estabelecimento, no qual o sexo é considerado religião. Além de ser exposta ao escárnio e às vexações por parte de suas colegas e ter de enfrentar uma terrível punição, Josélia, a heroína amorosa, ainda é perseguida por um cliente sem escrúpulos, o Dinamarquês, que exige serviços especiais da prostituta a qualquer hora do dia. Assim, a peça procura discutir a questão da obscenidade, tomando como divisa uma consideração de Roland Barthes, segundo a qual o obsceno em nossa época não é mais aquilo que diz respeito ao sexual, e sim ao sentimento.