CADERNOS BESTIAIS – VOL. III

Terceiro volume de uma série de livros de poemas escritos por Claudio Daniel, um dos mais importantes poeta brasileiro da atualidade. O poeta a partir da mímese aristotélica aproxima as técnicas da pintura às da poesia. Na presente coleção de poemas (Ver também o volume I e II nessa livraria), adota-se o retrato como forma poética, desde a descrição, ainda que elíptica, alusiva, fragmentária, metafórica, alegórica, de fatos e personagens reais, situados em anos recentes, que são espécies de exemplos trágicos dos acontecimentos recentes em nosso país. Os três volumes dos Cadernos bestiais se propõem exatamente a registrar, por meio da poesia, um momento da história nacional, iniciado em 2013 e ainda não concluído, de destruição da democracia, do estado de direito e das liberdades civis. Sendo assim, muitos dos poemas deste volume remetem a atos de violência cometidos contra a população: Retrato IV refere-se a Francisca das Chagas Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miranda do Norte, no Maranhão, assassinada a mando de fazendeiros da região, com requintes de crueldade: seu corpo foi encontrado nu, com sinais de estupro, estrangulamento e perfurações. “O simbolismo desta imagem, é do escárnio de como são tratadas as reivindicações e a luta das mulheres para serem vistas, tratadas e respeitadas na lei e na vida como seres humanos”, comentou Isis Tavares Neves, presidenta da CTB-MA. Retrato V foi escrito em homenagem aos trabalhadores rurais sem terras assassinados em abril de 2016 no Acampamento Dom Tomás Balduíno, no Paraná. Retrato VI foi inspirado em um morador de rua da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Retrato VII recorda o massacre de 19 jovens pobres e negros ocorrido em agosto de 2015 em Barueri e Osasco, no estado de São Paulo, por policiais militares. Retrato VIII celebra os estudantes secundaristas que ocuparam mais de mil escolas públicas no país, em 2016, em protesto contra a aprovação da PEC 55 no Senado, que congela por vinte anos os investimentos públicos na educação e na saúde. Antilabirinto, por sua vez, recorda o massacre de duas mil pessoas na Nigéria, por um grupo fundamentalista, que não obteve repercussão similar ao de atentados na França ou na Alemanha, por se tratar de um país africano, logo, distante dos centros de poder que alimentam a mídia. Nosso propósito, em todas essas composições, não foi o de realizar jornalismo, historiografia ou crônica de época, mas poesia – suja, impura, manchada de história, mas que em nenhum momento abdica do artesanato de linguagem, da inventividade verbal que define a poesia como arte.Terceiro volume de uma série de livros de poemas escritos por Claudio Daniel, um dos mais importantes poeta brasileiro da atualidade. O poeta a partir da mímese aristotélica aproxima as técnicas da pintura às da poesia. Na presente coleção de poemas (Ver também o volume I e II nessa livraria), adota-se o retrato como forma poética, desde a descrição, ainda que elíptica, alusiva, fragmentária, metafórica, alegórica, de fatos e personagens reais, situados em anos recentes, que são espécies de exemplos trágicos dos acontecimentos recentes em nosso país. Os três volumes dos Cadernos bestiais se propõem exatamente a registrar, por meio da poesia, um momento da história nacional, iniciado em 2013 e ainda não concluído, de destruição da democracia, do estado de direito e das liberdades civis. Sendo assim, muitos dos poemas deste volume remetem a atos de violência cometidos contra a população- Retrato IV refere-se a Francisca das Chagas Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miranda do Norte, no Maranhão, assassinada a mando de fazendeiros da região, com requintes de crueldade- seu corpo foi encontrado nu, com sinais de estupro, estrangulamento e perfurações. O simbolismo desta imagem, é do escárnio de como são tratadas as reivindicações e a luta das mulheres para serem vistas, tratadas e respeitadas na lei e na vida como seres humanos , comentou Isis Tavares Neves, presidenta da CTB-MA. Retrato V foi escrito em homenagem aos trabalhadores rurais sem terras assassinados em abril de 2016 no Acampamento Dom Tomás Balduíno, no Paraná. Retrato VI foi inspirado em um morador de rua da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Retrato VII recorda o massacre de 19 jovens pobres e negros ocorrido em agosto de 2015 em Barueri e Osasco, no estado de São Paulo, por policiais militares. Retrato VIII celebra os estudantes secundaristas que ocuparam mais de mil escolas públicas no país, em 2016, em protesto contra a aprovação da PEC 55 no Senado, que congela por vinte anos os investimentos públicos na educação e na saúde. Antilabirinto, por sua vez, recorda o massacre de duas mil pessoas na Nigéria, por um grupo fundamentalista, que não obteve repercussão similar ao de atentados na França ou na Alemanha, por se tratar de um país africano, logo, distante dos centros de poder que alimentam a mídia. Nosso propósito, em todas essas composições, não foi o de realizar jornalismo, historiografia ou crônica de época, mas poesia – suja, impura, manchada de história, mas que em nenhum momento abdica do artesanato de linguagem, da inventividade verbal que define a poesia como arte.

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